domingo, 20 de fevereiro de 2011

Hoje foi mais um dia lindo...

Hoje, 20 de fevereiro pela manhã, aconteceu mais uma apresentação com interpretações de Noel Rosa na Associação Filantrópica Nossa Sra. de Lourdes, em Peixinhos - Olinda. O asilo é dividido em alas masculina e feminina, ambos estão lotados de idosos [75 no total] em espaços pequenos e com pouca ventilação, mas nas condições que a Lourdes [senhora iluminada] pode oferecer, o ambiente é limpo, organizado e os idosos bem cuidados. Bonito de se ver! A apresentação de hoje aconteceu na ala masculina, pois devido a dificuldade de locomoção e espaço pequeno não foi possível juntar os dois grupos, mas prometemos voltar e nos apresentar também para as senhorinhas simpáticas de lá. Hoje, dia de muitas chuvas e trânsito complicado devido aos blocos de carnaval, cedo estavamos TODOS pontualmente reunidos para ir em "carreata" de Recife para Olinda, onde fica localizado o asilo. Tivemos a presença de três novos integrantes, a Helena, o Tiago e a Marcela, que deram um apoio e tanto nas atividades [obrigada, pessoal]. E lá, já em clima de carnaval, os sambas e marchinhas de Noel encantaram a todos, e os idosos ouviram as histórias, cantaram e dançaram com muita alegria. Hoje, teve uma particularidade muito importante, recebemos praticamente o dobro de doações da apresentação passada, muitas fraldas geriátricas, alimentos, roupas, muletas, andador, tantas coisas que os carros foram abarrotados. Não é maravilhoso, gente?! Estamos muito felizes com mais um resultado positivo da nossa atividade.

Já estamos com agenda para o fim de março, logo estaremos divulgando e buscando novamente doações para esses lares, que dessa vez serão para crianças [nossa estréia] e também novamente para idosos.

Amanhã divulgaremos aqui as fotos da apresentação de hoje, ok?

"O apreço não tem preço..."

Admito, a palavra solidariedade já me sôou certas vezes superficial. Coisa de religião que prega sem mostrar como se faz – não que eu tenha preconceito ou sequer religião [tenho Deus]. Ou quem sabe coisa de telemarketing que pede doações para as crianças no Haiti, país tão distante mas com uma realidade de pobreza tão próxima. As vezes me questionava quando esquecia a torneira ligada enquanto escova os dentes e me repreendia pois não estava sendo solidária com o mundo desperdiçando água. Já ouvi dizerem que não doam o que tem porque trabalharam duro para ter seus bens, seu dinheiro, e não para dar a "preguiçosos" que querem apenas mamar nas "tetas" da socidade. E tantos outros que tratam os menos favorecidos com nôjo, desprezo e como "seres inferiores". E depois de tantos debates comigo mesma entendi que a solidariedade fundamenta-se em valores que não conseguimos quantificar, qualificar, ou sequer nomear. Venho aprendendo que solidariedade não tem longas explicações científicas ou filosóficas. Utópico? Não, não mesmo meu amigo. É estender a mão, sem olhar cor, sexo, condição social (ou à falta total dela), saúde e até a conta bancária. E isso para muitos não é nada fácil, tantos olham através dos seus carros importados blindados e sequer percebem as crianças fazendo balabares ou vendendo chicletes no sinal, será que construíram vidros à prova de pobres e a miséria se tornou invisível? Sei, não é fácil ver o ser, não o ter e dar sem querer nada em troca, mas é preciso [necessário] começar a ver o mundo com outro olhar. Está achando que essas palavras são românticas e sonhadoras? Não, faço parte do mundo e tenho responsabilidades sobre ele, não vivemos isolados dentro de nós mesmos. É difícil perceber que o mundo não gira em torno do material, claro que ele é importante, mas sem sentimentos a existência se torna vazia. Posso ser a única a trabalhar em um projeto social, mas se eu acreditar, terei apoio de muitos. Se eu fizer a minha parte, estimularei tantos outros a fazerem a sua. Acha que nos dias de hoje ser solidário é uma mera convenção social para sair bem na foto? Eu acredito em corações que se doam para outros corações e quem não tem esse sentimento verdadeiro desiste no meio do caminho. Espero poder ajudar as crianças do Haiti e daqui, economizar a água do planeta, dar um pouco do meu trabalho. Desejo dias melhores para os filhos que virei a ter. Dias de mais oportunidades e comida na mesa de todos. E eu – enquanto forças tiver – farei o meu pouco, e darei meu trabalho e meu pedaço de esperança. Mas, se nada disso eu puder ter ou fazer, ou tiver tomando atitudes erradas, que a vida me torne humilde para continuar aprendendo o caminho da solidariedade.


Texto do blog www.enredodosdias.blogspot.com
Karla Marques